São frequentes os casos trazidos para supervisão em coaching sobre interações difíceis com clientes que demostram superioridade, necessidade de saber tudo e/ou serem perfeitos.
Muitas vezes este cliente procura um coach com traços semelhantes, reconhecido pela senioridade como coach ou mesmo pela experiência em gestão e/ou visão estratégica de negócios, o que pode ser um facilitador da sintonia entre ambos, como também trazer complexidade pelas próprias nuances da dinâmica relacional. Dentre as complexidades, estão as projeções que podem ofuscar o brilho do cliente na idealização da figura do coach, como também as expectativas implícitas e explícitas dos acordos de coaching que, algumas vezes, representam um convite para ambos trabalharem duro para atender ao esperado, configurando uma espécie de ‘contrato implícito de senioridade/superioridade’.
Neste contexto, a aprendizagem do cliente tende a ser uma reação ao esperado, e na melhor das hipóteses, um aperfeiçoamento de algo que sempre fez.
Apesar de todo o esforço, neste jogo, muitas vezes o coach não consegue ser tão brilhante como o seu cliente gostaria e muitas questões passam a interferir e/ou emperrar o avanço ou mesmo a continuidade do processo de coaching.
Como lidar com esta situação?
Casos como este representam uma das oportunidades do coach buscar um supervisor para um novo olhar sobre este cliente, quem ele é e o que ele realmente necessita para se desenvolver na sua totalidade. No espaço da supervisão, buscamos explorar pontos cegos sobre os relacionamentos e sobre os papéis que estão sendo assumidos; intervenções usadas e novas alternativas; expectativas implícitas e explícitas e como foram contratadas. Enfim, não pretendo esgotar o tema e/ou tornar este texto denso com um viés acadêmico, mas mostrar que temos infinitas possibilidades para explorar e iluminar caminhos para tornar a aprendizagem mais profunda e significativa para o cliente, olhando tanto para o seu sistema como para a sua sabedoria interna e as suas necessidades de afeto e consideração.
Quando procurar um supervisor?
- Quando o coach tem a sensação de que o cliente não está progredindo.
- Quando o coach tem a impressão de que não está conseguindo fazer o suficiente.
- Quando o coach nota influências, mesmo que sutis, que estão interferindo no relacionamento e/ou na continuidade do processo.
- O comportamento do cliente está impactando positivamente ou negativamente no relacionamento e o coach não se sente no seu melhor.
- O coach nota que o trabalho com um determinado cliente tornou-se muito facilitado e pouco desafiador para ambos.
- O coach percebe que determinado cliente espera muito dele.
- Algumas questões geram inquietude ou dúvidas do ponto de vista ético e/ou contratual do processo de coaching.
- O coach sente que o cliente não demonstra o nível de comprometimento esperado.
- O coach está em dúvida se deve propor o término do processo de coaching.
- Ou ainda, o coach gostaria de refletir sobre seus cases e como potencializar a sua aprendizagem viva na sua jornada como coach.
- Entre outros…
Estas questões representam uma excelente oportunidade para um processo de aprendizagem colaborativa e transformadora!
A SuperVisão tem sido a minha mais nova paixão, tanto no atendimento aos meus clientes como no meu próprio processo de aprendizagem realmente transformadora com a minha supervisora. Vale muito a pena experimentar!